Biólogos da Universidade de Manchester explicaram pela primeira vez por que ter uma boa noite de sono realmente pode nos preparar para os desafios do dia seguinte.
Estudo publicado na Nature Cell Biology mostra como o mecanismo do relógio biológico aumenta nossa capacidade em manter nossos corpos íntegros quando estamos mais ativos.
Como já sabemos que o relógio biológico é menos preciso à medida que envelhecemos, a descoberta pode um dia ajudar a desvendar alguns dos mistérios do envelhecimento.
A descoberta lança uma luz fascinante sobre a matriz extracelular do corpo, que fornece suporte estrutural e bioquímico às células na forma de tecido conjuntivo, como osso, pele, tendão e cartilagem.
Mais da metade do peso corporal é matriz e metade disso é colágeno – e os cientistas há muito tempo revelaram que ele é totalmente formado quando atingimos a idade de 17 anos.
Mas, agora, os pesquisadores descobriram que existem dois tipos de fibrilas (estruturas semelhantes a cordas de colágeno que são produzidas pelas células para formar os tecidos). As fibrilas mais grossas, com cerca de 200 nanômetros
de diâmetro – um milhão de milhões de vezes menores que uma cabeça de alfinete – são permanentes e ficam conosco por toda a vida, inalteradas a partir dos 17 anos.
Entretanto, as fibrilas mais finas medindo 50 nanômetros são “sacrificiais”, quebrando quando submetemos o corpo aos rigores do dia, mas regenerando quando descansamos à noite. Quando os genes do relógio biológico foram eliminados no experimento, as fibrilas finas e grossas foram produzidas aleatoriamente.
O colágeno fornece estrutura ao corpo e é a nossa proteína mais abundante, garantindo a integridade, elasticidade e força do tecido conjuntivo do corpo.É lógico pensar que nossa matriz se desgasta pelo uso, mas agora sabemos que nosso relógio biológico produz um elemento “sacrificial”, podendo ser reabastecido, protegendo as partes permanentes da matriz.
Então, se você imaginar os tijolos nas paredes de uma sala como a parte permanente, a tinta nas paredes poderá ser vista como a parte “sacrificial” que precisa ser refeita de vez em quando.
Essa descoberta pode nos dar uma visão mais profunda de como as feridas cicatrizam ou como envelhecemos.
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Eu sou o Dr.Silvio Musman – médico especialista em pneumologia, medicina do exercício e do sono